sexta-feira, 22 de julho de 2011

reflexão a partir de fragmento de Heráclito

“(...) É por meio da restrição que o homem se transforma  egw, mas não por meio de uma supressão de tal ordem das restrições que o eu que representa a si mesmo se incha e transforma em ponto de medida e em centro de tudo aquilo que é representável. O “eu” é para os gregos o nome para o homem que se insere nesta restrição, e, assim, é junto a si mesmo ele mesmo.”

            Deparo-me com esta folha em branco, onde está o conhecimento, como interpretar esta passagem, escolhida em plena consciência. O que explica o branco da folha povoando meus pensamentos?
            Foram duas aulas, seguidas de leituras e debates, tudo me parecia tão claro e preciso, as palavras, indagações, interpelações, o entusiasmo do mestre em exemplificar e nos fazer entender, no entanto onde estão meus argumentos...
            Heráclito nos ajuda em seus fragmentos “De todas as coisas a guerra é pai”. O conhecimento não é espontâneo, necessitamos desmascarar a realidade: explorar meus apontamentos, refletir, relembrar, lança-me a frente ciente que minha liberdade de ser obriga-me ao texto ao autor.
            O homem parte de si mesmo, aquilo que conhece , acredita, a realidade que o impulsiona também é o seu limite. O homem é a porta de entrada do ser, este que o habita.
            É só a partir da restrição que passo a reconhecer-me e posso reconhecer no outro e no mundo uma medida que na verdade é minha referência da realidade, esta que necessito desvelar. A liberdade que me condiciono enquanto ser.
            O que nos parece verdadeiro é justamente o que mundo engendrou em nós, somos produto e produtores. Consciente ou não vivemos em um mundo de homens para homens. O ente é a possibilidade de construção do ser no intuito do eu mesmo.
                        

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